No contexto da ausência de estatísticas fundamentais importantes e baixo volume de negociação devido ao fim de semana nos EUA e na Grã-Bretanha, os especuladores aproveitaram o momento e conseguiram uma quebra de níveis de resistência bastante importantes. Como o mercado se comportará hoje ao retornar a essas faixas é uma grande questão. Mas se as estatísticas da zona do euro nos agradarem, é possível que vejamos um fortalecimento adicional de ativos de risco. A libra britânica pode continuar a subir com o discurso do governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, mas o mais importante primeiro.
Antes de passar pelos dados fundamentais, gostaria de dizer algumas palavras sobre o discurso de ontem do chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que disse que um acordo global completo para revisar as regras tributárias e obrigar as empresas multinacionais a pagar mais no países onde operam podem não ser alcançados antes de Outubro deste ano. O otimismo que surgiu no início desta primavera não parece se esgotar e, embora as grandes corporações estejam fazendo de tudo para evitar o aumento de impostos, o trabalho nesse sentido continua. Já foram feitas várias tentativas de alteração das taxas, mas ainda não deram em nada.
Falando em Paris, Angel Gurria disse que a "mudança de 180 graus na posição dos EUA" acelerou as negociações, tornando um acordo possível em uma reunião de autoridades financeiras do G20 em Julho deste ano. Mas alguns países, incluindo os EUA, podem precisar mudar suas leis antes que o problema seja totalmente resolvido."O pacote final do acordo tributário pode ser adiado para Outubro, quando ocorrerá outra reunião de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais do G-20", disse Gurria. O facto de o chefe da OCDE estar quase 100% confiante na conclusão do negócio, mais uma vez confirma a séria intenção dos países de recorrerem a uma alteração conjunta dos impostos nesse sentido.
Com as cadeias de suprimentos e a escassez de commodities, a recente reunião da Organização Mundial do Comércio e as suas decisões podem ter um impacto positivo na vida das pessoas. É importante notar que, durante décadas, a agenda da OMC se concentrou principalmente na redução das barreiras ao comércio internacional e na melhoria da eficiência das empresas que fazem negócios no exterior. Corre o boato de que o novo diretor da OMC pode se concentrar nas pessoas, e não nas empresas. Nesse caso, estamos falando da vacina Covid-19.
Gostaria de lembrar que a discussão sobre a divulgação da propriedade intelectual das empresas produtoras da vacina contra o coronavírus já se arrasta há muito tempo. Mais recentemente, a Representante de Comércio dos EUA, Catherine Tai, fez um anúncio em voz alta de que os EUA apoiarão uma renúncia temporária às regras de propriedade intelectual da OMC para a vacina Covid-19. No entanto, nem todos dão boas-vindas a esse estado de coisas. Muitos países da União Européia, Canadá e Suíça, continuam se opondo à divulgação da propriedade intelectual das empresas em relação à vacina, pois isso poderia prejudicar gravemente as próprias empresas.
Quanto às estatísticas fundamentais de ontem, o relatório de ontem do Banco Central Europeu afirmava: os meios de pagamento da zona do euro cresceram a um ritmo mais lento, assim como os empréstimos ao setor privado. Os meios de pagamento de M3 aumentaram em 9,2% em termos homólogos em Abril, após subir 10% em Março. Quanto à dinâmica do crédito, em Abril o crédito a residentes na área do euro cresceu a um ritmo mais lento - 7.7%. Crédito ao setor público cresceu em 18% e ao setor privado apenas em 4,0%.
O relatório do instituto de estatística Istat sobre os preços ao consumidor italianos não teve qualquer impacto no mercado. Os indicadores de Abril não são mais tão interessantes para os comerciantes quanto os valores futuros do índice. O relatório disse que os preços ao consumidor subiram em 1,3% no ano em Maio, após o crescimento em 1,1% em Abril. Economistas previam o crescimento em 1,0%. Em uma base mensal, os preços ao consumidor permaneceram inalterados em Maio. O núcleo da inflação de Maio ficou inalterado e foi 0,3%.
Em termos de dados para a Alemanha, aí a inflação harmonizada excedeu a meta do Banco Central Europeu de cerca de 2 por cento em Maio. No relatório de Destatis está que os preços ao consumidor subiram em 2,4% no comparativo anual em Maio, após o crescimento de 2,1% em Abril. Este número veio em linha com as expectativas dos economistas e foi o mais alto desde 2018. Com o aumento da inflação, as tentativas do BCE de evitar falar em cortes em seu programa de compra de títulos serão cada vez mais difíceis. No entanto, o regulador ainda tem tempo para se preparar adequadamente durante o verão para ajustes sérios de política monetária. É improvável que o BCE tome qualquer decisão até o outono deste ano. Até esta altura, a inflação na Alemanha pode saltar até 3-4%. No entanto, a maioria dos especialistas concorda que taxas de inflação mais baixas podem ser esperadas no próximo ano.
A recuperação pós-pandemia na economia global e a alta liquidez nos mercados permanecem temores de que o aumento das pressões sobre os preços possa levar os bancos centrais a encerrar o estímulo antes do que foi previsto. A perspectiva para a inflação é um risco porque atualmente é desconhecida e levará vários meses para realmente ter uma ideia se ela sairá do controle dos bancos centrais ou se tudo correrá conforme o planeado. Quanto maior o risco de ir além das previsões, maior a probabilidade de uma revisão brusca da política monetária.
Esta semana, é preciso de prestar a atenção ao Índice de Manufatura ISM para a Zona do Euro e os Estados Unidos, que foi publicado hoje. Um indicador importante será o emprego no setor privado de ADP, bem como os dados sobre os pedidos iniciais de subsídio de desemprego. Bem, como de costume, todo o foco será deslocado para sexta-feira, quando os dados sobre o emprego fora da agricultura nos Estados Unidos forem divulgados. Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, revelará um orçamento de $6 trilhões para o próximo ano, que propõe gastos em infraestrutura, educação e outras iniciativas. Mas é improvável que o plano orçamentário obtenha apoio dos dois partidos no Senado, já que os republicanos são muito críticos das propostas de Biden, o que levará a um aumento de déficit e da dívida.
Quanto à imagem técnica do par EURUSD, muito depende de como os compradores se comportam hoje ao nível de 1.2220. Se o rompimento deste intervalo de ontem não foi uma ficção, então um teste reverso desta área nesta manhã na primeira metade do dia certamente deve atrair atenção particular dos compradores de ativos de risco, que manterão a tendência de touros na continuação do crescimento para o máximo de 1.2260. Só saída além desse nível abrirá o caminho real para um instrumento de negociação na base de figura 23 e ainda mais alto - na área de 1,2350. Só será possível falar em volta das pressões sobre o euro depois que os ursos romperem a borda inferior do canal de 1,2180. Só depois disso EURUSD terá todas as chances de cair para 1.2130 e 1.2080.
GBP
A libra britânica lentamnete, mas seguramente, está abrindo o caminho para as próximas máximas anuais. Hoje é espretado o discurso do governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, durante o qual ele pode fazer dicas sobre as mudanças no programa de compra de títulos. Na semana passada, os seus colegas disseram repetidamente que tais mudanças serão necessárias em um futuro próximo, o que é confirmado pelas altas taxas de crescimento da inflação observadas no momento.
Se Bailey vai anunciar as mudanças, então isso levará ao fortalecimento da libra.
Quanto à imagem técnica do par GBPUSD, os compradores precisam de proteção do suporte em 1,4215. Sem isso, não será possível continuar a tendência de crescimento. Apenas as ações dos compradores ativos levarão à renovação de novos máximos locais em torno de 1,4265 e 1,4310. Se os touros não se mostrarão na área de 1,4215, muito provavelmente todo o crescimento da libra de ontem na segunda metade do dia será instantaneamente bloqueado, e o par retornará à área de suporte em 1,4169, de onde recomendo novamente ver para as compras da libra. A próxima parada, no caso de um grande mercado de ursos, será apenas na área da figura 41.
Recomendo para ler:
EUR / USD: plano para a sessão europeia de 1 de Junho. Relatórios de Commitment of Traders COT (análise das negociações de ontem). Os compradores de euros estão aproveitando o momento e tentando voltar às máximas do mês passado
GBP/USD: plano para a sessão europeia de 1 de Junho. Relatórios de Commitment of Traders COT (análise das negociações de ontem). A libra quebra novos máximos, mas os compradores vão ter forças suficientes para protegê-los?
