Um novo problema que poderia afetar os mercados financeiros é o aumento do limite da dívida pública dos EUA. Os democratas esperam que os republicanos aumentem o limite antes que ele expire - uma aposta muito arriscada após os recentes confrontos e a aprovação do novo projeto de lei de infraestrutura. Se isto acontecer, a saúde dos mercados financeiros, assim como os planos futuros dos democratas, poderão ser seriamente comprometidos. Também ocorrerão correções significativas, principalmente no mercado de ações, se o governo for forçado a suspender os trabalhos por falta de financiamento. A agenda econômica do Presidente Joe Biden também poderá ser interrompida.
Na semana passada, os democratas perderam uma oportunidade de aumentar o teto da dívida através do Senado, escolhendo, ao invés disso, passar pelo processo legislativo normal. Eles disseram que não deveriam estar apenas suportando o peso da dívida nacional, que em parte é o resultado dos cortes fiscais aos quais se opuseram quando os republicanos estavam no poder. Mas, Mitch McConnell o líder republicano do Senado disse que seu partido se opõe à maioria dos planos de gastos e impostos de Biden e não ajudará a elevar o limite da dívida. Segundo McConnell, os democratas poderiam apenas ter incluído em sua resolução orçamentária um aumento no limite da dívida nacional, mas, em vez disso optaram por transferir parte da responsabilidade para o Partido Republicano.
Nesse meio tempo, Jane Yellen, a Secretária do Tesouro advertiu o Congresso para ser mais pró-ativo, alegando que os senadores devem aprovar pelo menos mudanças temporárias para que o governo permaneça aberto após 30 de setembro. No máximo, 46 senadores do Partido Republicano assinaram uma carta dizendo que não votariam para aumentar o limite da dívida, enquanto alguns republicanos ainda estão falando sobre um acordo.
Em uma nota diferente, a procura de dólar deteriorou-se ainda mais em meio a fortes resultados de lucros corporativos e otimismo sobre a recuperação econômica global. Ao mesmo tempo, os rendimentos do Tesouro diminuíram, embora modestamente. Parece que os investidores estão esperando novas dicas do Fed a respeito de um corte na compra de títulos, mas isto tem poucas chances de acontecer desde que a inflação central desacelerou.
Na Europa, um relatório sobre a balança comercial externa foi divulgado na última sexta-feira, mostrando números melhores do que o esperado. O Eurostat disse que o superávit comercial diminuiu ligeiramente para 12,4 bilhões de euros em junho em meio a uma queda de 0,7% nas exportações. Por outro lado, as importações, permaneceram estáveis. No total, o excedente de janeiro a junho foi de 102,5 bilhões de euros, o que é significativamente maior que os 86 bilhões de euros do ano passado. O crescimento anual das exportações foi de 15,5%, enquanto que as importações foram de 15,2%.
Havia também dados do IPC da França, que coincidiam com as previsões. O número mostrava que esse crescimento diminuiu parcialmente, deixando bastante espaço para o Banco Central Europeu administrar a política monetária. O Insee (Instituto Nacional da Estatística e Estudos Econômicos) informou que o IPC anual foi de apenas 1,2% em julho, enquanto o IPC mensal subiu apenas 0,1%. A inflação harmonizada da UE também caiu para 1,5%, em parte devido à queda dos preços industriais em 1,1% e ao aumento dos preços dos alimentos em apenas 0,1%. Os preços dos serviços, por sua vez, saltaram 0,7%.
Voltando aos EUA, o Departamento do Trabalho informou que os preços de importação subiram menos do que o esperado em julho, o que sugere que problemas parciais nas cadeias de abastecimento estão sendo gradualmente resolvidos. Assim, o indicador subiu apenas 0,3% em julho, após ter subido 1,1% em junho. Os preços de exportação também subiram 1,3%, depois de aumentar 1,2% no mês anterior.
Em relação ao EUR/USD, muito depende de 1.1780 e 1.1760, pois a sua ascensão acima continuará o mercado de touros. O mais provável é que isso leve a um salto para 1.1830 e 1.1860. Mas se a pressão retornar sobre o par, o preço poderá cair para 1.1730, e depois para a base do 17º cifra.
GBP
A libra se recuperou na sexta-feira passada, revertendo todas as perdas do dia anterior, quando o Secretário do Tesouro do Reino Unido mudou repentinamente sua posição sobre as medidas de apoio à economia. Durante uma entrevista, Rishi Sunak disse que está pronto para trabalhar com o Primeiro Ministro Boris Johnson, que é um apoiador de medidas de estímulo massivo.
Mas hoje, muito depende de 1.3840, porque subir acima dele resultará em mais um aumento para 1.3890, ou mesmo para 1.3955. Entretanto, um declínio abaixo do nível empurrará GBP/USD para 1,3815 e 1,3790.
