Após a retração de ontem, o par USD/JPY quase congelou no flat, esperando pelos próximos estímulos. Os macro dados de hoje dos EUA devem ser os fatores decisivos que definirão o caminho para o ativo.

No meio da semana, o par USD/JPY não pôde ficar perto do nível de 145, onde encerrou na terça-feira, graças a estatísticas inesperadas sobre a inflação americana.

Lembramos que em agosto, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos caiu para 8,3% em relação ao valor anterior de 8,5%, mas superou as expectativas do mercado. Os economistas haviam previsto uma inflação anual de 8,1%.

O fato de que as pressões inflacionárias diminuíram menos do que o esperado reforçou ainda mais a confiança dos traders na determinação do Federal Reserve em relação às taxas de juros.

Agora os mercados estimam uma probabilidade de 63% de um aumento de 75 bps no indicador em setembro. As expectativas de um aumento máximo da taxa - em 100 bps - também aumentaram significativamente.

Estes cenários mais aguerridos impulsionaram fortemente o dólar, que já subiu mais de 20% em relação ao iene desde o início do ano devido a discrepâncias na política monetária do Fed e do Banco do Japão.

O par USD/JPY novamente chegou perto da marca-chave de 145 na terça-feira, o que, aparentemente, é uma linha vermelha para o governo japonês.

Para evitar que o iene caia abaixo deste nível, as autoridades japonesas intensificaram novamente a intervenção verbal na quarta-feira. No entanto, as advertências verbais não mais assustam o mercado tanto quanto costumavam fazer.

Ontem, o iene só conseguiu se recuperar porque as autoridades japonesas finalmente se moveram. A verificação da taxa de câmbio iniciada pelo BOJ foi o primeiro prenúncio de uma possível intervenção real.

Neste contexto, o dólar recuou, mas, ao que parece, não por muito tempo. Esta manhã, o dólar está tentando crescer dentro de uma estreita faixa de preço.

Nas negociações asiáticas, um pequeno suporte para o par USD/JPY foi dado pelo comentário do representante do Partido Liberal Democrático do Japão no poder, Satsuki Katayama.

O funcionário disse que o governo japonês não conseguirá conter a desvalorização adicional do iene por si só, já que o país não tem meios eficazes para combater a rápida desvalorização da taxa de câmbio.

Também um fator positivo para o ativo foi o relatório publicado na quinta-feira pelo Ministério das Finanças do Japão. De acordo com os dados, em agosto o país enfrentou o maior déficit comercial de toda a história das observações.

No mês passado, o indicador aumentou de 1,43 trilhões de ienes para 2,82 trilhões de ienes. A diferença acabou sendo muito maior do que os economistas haviam previsto (2,4 trilhões de ienes).

O crescimento recorde do déficit comercial é causado por um forte salto nas importações de bens e serviços. Em agosto, devido aos altos preços da energia e à queda do iene, o indicador subiu para 49,9% em relação ao valor anterior de 47,2%.

O déficit comercial tem sido observado no Japão há 13 meses. Este é o período mais longo dos últimos sete anos.

A balança comercial negativa prejudica a recuperação da economia do país. Este é outro argumento a favor do fato de que o BOJ não decidirá mudar sua política monetária no futuro próximo.

A maioria dos analistas acredita que a divergência monetária entre o Japão e os Estados Unidos continuará a crescer, como resultado da qual a pressão sobre o iene permanecerá.

Especialistas esperam uma maior volatilidade do par USD/JPY antes das reuniões do Fed e do BdJ, que serão realizadas na próxima semana.

Quanto à dinâmica atual do ativo, hoje o dólar pode novamente demonstrar crescimento em relação ao iene, se, naturalmente, ele receber apoio das estatísticas macroeconômicas.

Uma grande parte dos dados está saindo na quinta-feira, mas os comerciantes estarão concentrados nas vendas a varejo para o mês de agosto.

Os economistas preveem que as vendas no varejo aumentaram 0,2% no mês passado, após o indicador ter permanecido inalterado em julho.

O quadro técnico também mostra o crescimento do par USD/JPY. Agora os touros estão com esperanças de um RSI mais firme e sinais de MACD em alta.